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Fausto Azambuja | Betim MG
Por isso recolhi a da cachoeira
para banhar seu corpo
junto às pedras cobertas de musgo
e pichações amorosas
então escrevi nossos nomes nessas pedras
peço que alguém venha
só para ver se o tempo
apagou
Recolhi e enfeitei seu cabelo com
o mato que arranquei da cachoeira
da beira
da alma
“Vamos nadar”, você disse
aceitei
Eu bicho-peixe
que na água cristalina mergulhei meu eu
dividindo espaço com você
feliz por nossa fuga
mas no fundo dos seus olhos
(que aguei e plantei nossa florescência)
havia uma tristeza que não conseguia decifrar
ou se na verdade
era apenas meu reflexo
quando te olhava
te molhava
te deitava
te estava
porque era um dia cheio de nós
e para nós esse dia revive
(pena que não há uma fotografia
ou você guardou aquela?)
Poderia ficar a tarde toda com você
mas quando a sombra
caiu com o frio
nos recolhemos com a promessa
de que seríamos felizes um dia de cada vez
mas infelizmente eu precisava ir
e voltei para a água
de onde nunca mais saí
pois nado em busca de qualquer partícula sua
para banhar seu corpo
junto às pedras cobertas de musgo
e pichações amorosas
então escrevi nossos nomes nessas pedras
peço que alguém venha
só para ver se o tempo
apagou
Recolhi e enfeitei seu cabelo com
o mato que arranquei da cachoeira
da beira
da alma
“Vamos nadar”, você disse
aceitei
Eu bicho-peixe
que na água cristalina mergulhei meu eu
dividindo espaço com você
feliz por nossa fuga
mas no fundo dos seus olhos
(que aguei e plantei nossa florescência)
havia uma tristeza que não conseguia decifrar
ou se na verdade
era apenas meu reflexo
quando te olhava
te molhava
te deitava
te estava
porque era um dia cheio de nós
e para nós esse dia revive
(pena que não há uma fotografia
ou você guardou aquela?)
Poderia ficar a tarde toda com você
mas quando a sombra
caiu com o frio
nos recolhemos com a promessa
de que seríamos felizes um dia de cada vez
mas infelizmente eu precisava ir
e voltei para a água
de onde nunca mais saí
pois nado em busca de qualquer partícula sua