O Segredo da Eternidade

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Epilif | Vargem Alta ES
A vós eu digo, a quem vistes o menino escalar a montanha
Para simplesmente o arraial conseguir ver
Em um mundo tão solitário as estrelas o ensinaram a crescer
E enquanto permanecia imóvel e ininterrupto
Sua face continuava a se dissolver de maneira abrupto
As memórias o consumiam como flama
Porém ele não se reclama
Sentia saudades da infância de correr atrás de vaga-lumes
Que desaparecia diferente dos cardumes
Se minha criança interior me visse agora
Não sei se ela se orgulharia
de toda a velharia presente em minha alma
Tendo em vista como eu era nos tempos de outrora
É tão intrigante a maneira como mesmo depois de anos
continuo ouvindo o violoncelo
Mesmo sua dona tendo partido de modo tão singelo

Minha sutil mãe que já foi levada
Ainda recordo-me de sua saborosa cevada
Meu vigoroso pai que desbravava
Os empecilhos da imensa estrada
Minhas mãos estão tão desgastadas pelo ouro
Que o mesmo após séculos permanece duradouro
O segredo para ser eterno não é nada extraordinário
É meramente suprir-se de momentos simples, contudo que estão além do imaginário.
Anos mais tarde quando me elevei
na montanha para procurar o menino
Ele já havia desparecido, e na minha mente
ocupava um lugar pequenino
Em meio a tantas vozes mal o podia escutar
Apenas focado em labutar
Unicamente posso-lhes dizer da jornada que tive
Que não seja infinita, dita que é flama
Mas que se torne eterna enquanto vive.

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