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Sarita Bezerra | Juazeiro do Norte CE
Pensei um dia ver o tempo passar
Pensando assim, isso não era ruim.
Já que com nada me via a ocupar
Fiquei sozinho vendo o tempo em mim.
Busquei no tempo a resposta pro ar,
Que passa por mim e me ajuda a viver.
Que está aqui, mas não se pode pegar,
E que faz parte pra sobreviver.
Da paisagem que se pode encontrar
De um lugar que alguém cultivou.
Da transparência da agua do mar
Que o ser humano também preservou.
Mas não se pode esse bem encontrar,
De tanta beleza em lugar algum
Já que do mundo o homem se pôs a cuidar
Levando o mundo a lugar nenhum.
Pois toda paisagem vai se degradando
Com toda a força que o homem tem
Levando tudo, matando a beleza,
Achando os tolos que é para o bem.
Eu que aqui vejo tudo que se passa
Só de tanto ouvir, pois não posso ver.
Melhor acho eu não poder ver nada
Do que ver o fim do mundo crescer.
Eu que aqui sou cego posso ver bem mais
Do que os que veem, mas não tem visão.
Pois assim eu digo para os que veem
E pratica o mal da destruição.
Pensando assim, isso não era ruim.
Já que com nada me via a ocupar
Fiquei sozinho vendo o tempo em mim.
Busquei no tempo a resposta pro ar,
Que passa por mim e me ajuda a viver.
Que está aqui, mas não se pode pegar,
E que faz parte pra sobreviver.
Da paisagem que se pode encontrar
De um lugar que alguém cultivou.
Da transparência da agua do mar
Que o ser humano também preservou.
Mas não se pode esse bem encontrar,
De tanta beleza em lugar algum
Já que do mundo o homem se pôs a cuidar
Levando o mundo a lugar nenhum.
Pois toda paisagem vai se degradando
Com toda a força que o homem tem
Levando tudo, matando a beleza,
Achando os tolos que é para o bem.
Eu que aqui vejo tudo que se passa
Só de tanto ouvir, pois não posso ver.
Melhor acho eu não poder ver nada
Do que ver o fim do mundo crescer.
Eu que aqui sou cego posso ver bem mais
Do que os que veem, mas não tem visão.
Pois assim eu digo para os que veem
E pratica o mal da destruição.
