Tempos de quintais

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Diva Josefina | Águas Claras DF
Lá, naqueles tempos de quintais,
a vida corria sem pressa,
o sol ardia luz e vida,
a natureza se regozijava em festa!

Lá, naqueles tempos de quintais,
enquanto dormia o rio no seu leito,
a vida chamuscava alegria
no fogão à lenha de Martas, Antônias e Marias.

Lá, naqueles tempos de quintais,
o carro de boi trabalhava ruidoso e lento,
lenta a lenha no fogão crepitava,
e um negro café, num velho coador de pano, passava.

Lá, naqueles tempos de quintais,
o bom mesmo era ser:
Ser simples, ser bom, ser honesto,
ser feliz, cristão e sempre ser correto!

Lá, naqueles tempos de quintais,
cachorros e galinhas a cozinha frequentavam.
O pai, duramente, na roça trabalhava,
e meninos libertos em rios pescavam.

Lá, naqueles tempos de quintais,
comida em panelas de ferro se fazia,
um tacho de doce de leite, no fogo cozinhando,
era motivo de muita, mas muita alegria!

Lá, naqueles tempos de quintais,
portas e porteiras descerravam um mundo,
descortinando o silêncio das manhãs que saudava:
Bom dia! Ao assobio de saudosos chupins-picumãs!

Mas quedou-se no tempo esse tempo
presente em meus recordos e distante de minhas retinas...
Encarcerado nessa tela, recorda-me que a vida é muito mais
que dinheiro, celulares, que escritórios e oficinas.

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