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William Jacob | Brasília DF
Porque sorrio sempre e dou bom dia
E vez ou outra até ensaio um chiste,
Ninguém vê minha atroz melancolia,
Ninguém sabe que sou sozinho e triste.
E levantei-me bem cedinho. Havia
Nas flores certa mágoa que persiste...
E fui-me embora por aquela via
Cantando a dor de tudo quanto existe.
E para que cantar? Tudo é vaidade.
Em tudo espreita a trêmula ansiedade:
A carne é fraca, a carne é aborrecida.
Um canto apenas para o meu Nirvana,
Que nesta estranha e longa noite humana,
Vi o pesar que mora em cada vida!
E vez ou outra até ensaio um chiste,
Ninguém vê minha atroz melancolia,
Ninguém sabe que sou sozinho e triste.
E levantei-me bem cedinho. Havia
Nas flores certa mágoa que persiste...
E fui-me embora por aquela via
Cantando a dor de tudo quanto existe.
E para que cantar? Tudo é vaidade.
Em tudo espreita a trêmula ansiedade:
A carne é fraca, a carne é aborrecida.
Um canto apenas para o meu Nirvana,
Que nesta estranha e longa noite humana,
Vi o pesar que mora em cada vida!