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Dersu Uzala | Cabo Frio RJ
Pulsa
Sangra
variações de luz esquartejada
O passeio noturno dos morcegos
a casa grande em ruínas
pactos secretos
ao rés do chão o poema grita palavras de ordem
Armadilhas
Guerrilhas
A arte não será eterna?
ruirá ao som da primeira trombeta?
A inutilidade dos discursos
mercado de supérfluos
balcão de negócios
gente vale menos do que commodities
(O lampião dança no vento de outono, tento lembrar do mar, distante, quase impossível de tocar)
Abro arquivos vivos
a cama desfeita
imagino o teu corpo para sobreviver além da ausência
tento reacender o que nunca iluminou-se
envio cartas de naufrago
para os que virão
quanto é belo e cruel o mundo
(A sinfonia do vento, voo de pássaro, pintura naif nas borboletas, os insetos atraem as flores)
Tenho a tristeza herdada de tantos anos
de tantas viagens além mar
sobre a marca dos pecados
assombros desfilando pela noite
Vazio
Oco
Alma perdida para o abismo
Quanto se perdeu no vale de ossos secos?
Quanto caminhei atraído pela escuridão?
Gozo
Choro
Tuas coxas
A respiração
O jeito que passas as mãos pelos cabelos
chamo-te por obscenos nomes
angustia de bocas secas
febris enganos
vivo em constante perigo
Aprendi a sentir o teu cheiro
procuro-te
Distraída não percebes a trajetória de meus cometas
em teu céu
Velocidade
Explosão
Astros vagabundos em rota de colisão.
O doce sabor da solidão
Empurro as nuvens para a lagoa
esqueço as notícias dos conflitos na faixa de Gaza
planejo o assassinato de inocentes
Franco atirador sobre os telhados
Guerras urbanas
(Os músculos flácidos estrangulam a liberdade, contornos violentos da sede de justiça, morrer é provisório)
Estou mais seco do que o rio
Áspero
Árido
retrucando os tiros na armação das emboscadas
encenando barbáries
lavando as feridas em salmoura
arremedo dos medos plantados
O que se aprende na luta dos dias?
Ameaças não cumpridas de morte?
(Sejamos imprudentes, diante de nossas misérias diárias, descobriremos que somos humanos, mais inseguros do que pretendíamos, mais mesquinhos do que reconheceríamos).
Sangra
variações de luz esquartejada
O passeio noturno dos morcegos
a casa grande em ruínas
pactos secretos
ao rés do chão o poema grita palavras de ordem
Armadilhas
Guerrilhas
A arte não será eterna?
ruirá ao som da primeira trombeta?
A inutilidade dos discursos
mercado de supérfluos
balcão de negócios
gente vale menos do que commodities
(O lampião dança no vento de outono, tento lembrar do mar, distante, quase impossível de tocar)
Abro arquivos vivos
a cama desfeita
imagino o teu corpo para sobreviver além da ausência
tento reacender o que nunca iluminou-se
envio cartas de naufrago
para os que virão
quanto é belo e cruel o mundo
(A sinfonia do vento, voo de pássaro, pintura naif nas borboletas, os insetos atraem as flores)
Tenho a tristeza herdada de tantos anos
de tantas viagens além mar
sobre a marca dos pecados
assombros desfilando pela noite
Vazio
Oco
Alma perdida para o abismo
Quanto se perdeu no vale de ossos secos?
Quanto caminhei atraído pela escuridão?
Gozo
Choro
Tuas coxas
A respiração
O jeito que passas as mãos pelos cabelos
chamo-te por obscenos nomes
angustia de bocas secas
febris enganos
vivo em constante perigo
Aprendi a sentir o teu cheiro
procuro-te
Distraída não percebes a trajetória de meus cometas
em teu céu
Velocidade
Explosão
Astros vagabundos em rota de colisão.
O doce sabor da solidão
Empurro as nuvens para a lagoa
esqueço as notícias dos conflitos na faixa de Gaza
planejo o assassinato de inocentes
Franco atirador sobre os telhados
Guerras urbanas
(Os músculos flácidos estrangulam a liberdade, contornos violentos da sede de justiça, morrer é provisório)
Estou mais seco do que o rio
Áspero
Árido
retrucando os tiros na armação das emboscadas
encenando barbáries
lavando as feridas em salmoura
arremedo dos medos plantados
O que se aprende na luta dos dias?
Ameaças não cumpridas de morte?
(Sejamos imprudentes, diante de nossas misérias diárias, descobriremos que somos humanos, mais inseguros do que pretendíamos, mais mesquinhos do que reconheceríamos).