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Gregório de Matos | Cipó BA
Se não mergulhasse em sua alma nítida
Se lá não encontrasse toda aquela mácula
Se de lá não emergisse em letargia crônica
Se não alucinasse em plena via pública
Se o motorista não guiasse bêbado
Se metal na carne não fosse trágico
Se não voasse pelos ares feito pássaro
Se não caísse destroçado como Ícaro
Se o rubro sangue não jorrasse vívido
Se o suspiro ao chão não fosse o último
Se o toque da morte não chegasse súbito
Agiria ainda tal como se fosse máquina
Viveria ainda sua vidinha patética
Aguardaria ainda por morte pacífica
Se lá não encontrasse toda aquela mácula
Se de lá não emergisse em letargia crônica
Se não alucinasse em plena via pública
Se o motorista não guiasse bêbado
Se metal na carne não fosse trágico
Se não voasse pelos ares feito pássaro
Se não caísse destroçado como Ícaro
Se o rubro sangue não jorrasse vívido
Se o suspiro ao chão não fosse o último
Se o toque da morte não chegasse súbito
Agiria ainda tal como se fosse máquina
Viveria ainda sua vidinha patética
Aguardaria ainda por morte pacífica