Noite de temporal

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Casquinha | São Paulo SP
Choveu a cântaros
De inundar os pântanos
Escorreram lágrimas
Entoaram cânticos
Para salvar as almas

Morreram meninos
Badalaram os sinos
Num grito de alerta
Quando a dor aperta
Perde-se mesmo o tino

Ergueram os braços
Em súplices perdões
Santas e devassos
Uniram seus pedaços
Prostrados em orações

Céu não deu sinal
Caiu tanta água
De lavar a mágoa
De tirar a mácula
Do pecado original

Temporal fora de época
Após manhã de lástima
Jeito é virar a página
Encontrar um bálsamo
Aliviar o espírito
Colocar as máscaras
Até cair o próximo...

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