Flor da pátria

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Tupiniquim | Goiânia GO
Quando Portugal aqui chegou
A tudo fez destruir
O diabo sedutor do povo tupi
A bela língua tudo que de bom deixou

Bela flor, a que mantém
Ainda o perfume do Lácio que tirada
De Portugal, nascida e cultivada
Viajaste por água a esta Terra
Pois que de fato vieste da Ibéria
Mas aqui ao Sol se aprimorava
No fértil seio da Nova Terra

Donde viestes és salgada
Como bacalhau a que eles pescam
Como a cavalinha sua enlatada,
Por sua terra, envenenada, do oceano que a salga,
Salgada dentro do coração do povo
Naufragado de sua alma

És nossa língua que adorada,
A que quando aqui chegaste
Transfigurou-se mais formosa,
Fez-se ainda mais amada

Portugal é o passado,
A ruína de Pessoa
O leão partido que não mais ressoa,
O perpétuo preso do findo glorioso passado
Assombrado pelo futuro, de infindo fracasso

Brasil é o futuro, Terra adorada!
A flor iluminada do Novo mundo
Namora a flor do porto árido sangrada.
Ambas as flores, que ainda pelos lusíadas calcadas
Crescem ao Sol em despertar hercúleo

Sua beleza de reluzentes trópicos
Sua alma com aroma dos bravios indígenas e africanos
Terá sempre os espinhos dos colonos
Mas diferente perfume suas pétalas expiram
Que encantará o mundo todo
E de todo mundo, vais tirar suspiros

Leve minhas palavras, flor alada
Que me ardem o peito em amor e raiva
Com teus espinhos liberte-as, faz-me talho ao seio
Dos espinhos de Portugal que me rasgam a alma
Enquanto as pétalas dela me queima
Do país meu, a Brasa.
Provai-me, minha flor, minhas palavras,
Que a Brasa do Brasil aos filhos incendeia.

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