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Hildinha | Bento Gonçalves RS
Meu olhar é seco
meu azedume eu já nem sinto
murcho diante de tanta imensidão
vejo tudo reluzente daqui de fora
grande
cheio
Só não recuo porque a fome é minha dona
o que me queima é falta
o que me prende é busca
Oásis de gostos e cheiros
tudo tão perto e tão longe
estou a um palmo do banquete de delírios
tão reais
tão fantasia pra mim
Transeuntes entram e saem do paraíso
eles usam sapatos para isso
e são só risos
Meu nome ninguém pergunta
meu sobrenome é fome
meu azedume eu já nem sinto
murcho diante de tanta imensidão
vejo tudo reluzente daqui de fora
grande
cheio
Só não recuo porque a fome é minha dona
o que me queima é falta
o que me prende é busca
Oásis de gostos e cheiros
tudo tão perto e tão longe
estou a um palmo do banquete de delírios
tão reais
tão fantasia pra mim
Transeuntes entram e saem do paraíso
eles usam sapatos para isso
e são só risos
Meu nome ninguém pergunta
meu sobrenome é fome