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La Luna | Niterói RJ
Espanha bordada por Lorca,
Chovem lágrimas sem sua poesia;
Paixões deflagradas sob frio sol,
Riachos vermelhos, leitosos os seios
Que sequer gotejam, no breu do dia.
Não é flamenco, nem sevilhana
— É o réquiem da tourada humana.
Miró sem cores, desbotado,
E Gaudí (Torre de Deus):
No chão tombado.
La Charcha sem seus infantes,
Gitanas sem seus anéis;
Amores sepulcros sem glórias,
Dulce vila... teu breve adeus!
Pinceladas de negrume e de nada,
Formas e rostos quebrados...
Para os olhos do mundo: retrata!
Eternamente, a mácula tatuada:
— Música sem som.
Toma a grande dor - a sintetiza.
Tira o som dos gritos - cristaliza.
Transforma o horror da guerra, em bela arte
— É lindo, ou corrosivo?
A tela cinza e branco, de um instante escarlate...
Sob as tintas de Picasso: Guernica ainda arde.
Chovem lágrimas sem sua poesia;
Paixões deflagradas sob frio sol,
Riachos vermelhos, leitosos os seios
Que sequer gotejam, no breu do dia.
Não é flamenco, nem sevilhana
— É o réquiem da tourada humana.
Miró sem cores, desbotado,
E Gaudí (Torre de Deus):
No chão tombado.
La Charcha sem seus infantes,
Gitanas sem seus anéis;
Amores sepulcros sem glórias,
Dulce vila... teu breve adeus!
Pinceladas de negrume e de nada,
Formas e rostos quebrados...
Para os olhos do mundo: retrata!
Eternamente, a mácula tatuada:
— Música sem som.
Toma a grande dor - a sintetiza.
Tira o som dos gritos - cristaliza.
Transforma o horror da guerra, em bela arte
— É lindo, ou corrosivo?
A tela cinza e branco, de um instante escarlate...
Sob as tintas de Picasso: Guernica ainda arde.