Ernesto Moamba | Maputo MZ
Tu dormes minha virgem África!
Dormes mais que uma pedra estática
Enquanto não despertas
O teu mundo murcha.
Levanta-te do silêncio
E esgravata no meu corpo precioso.
Ó mãe África misteriosa
Vestida do aroma de ouro
E mineral
Como vagueias no alto da solidão?
Minha mãe
Minha rainha
Minha virgem
E idolatrada vaidosa
Enxergo-te a lacrimejar
Entre as paredes insólitas da panela de barro
Curvando-se aos pés da cacana e nhangana;
Das resinas verdes sob as folhas do embondeiro.
Minha mãe
Teus olhos nus reflectem
Feridas de desespero
Marcas de solidão
Sorrisos de omissão
Governação histórica
E mortes das órbitas nos hospitais.
Mãe
Enxergo-te clamando
Sobre as montanhas do Zambeze
Rios e lagos do Nilo.
Lamento seus acutilantes sorrisos
Que hoje te condenam à solidão e desespero.
Mãe
Oiço o romper da sua corda vocal
Chorando a histeria de uma política
(velha e caiada).
Seus filhos (em troca da liberdade)
Recatando feitiços
E dívidas acumuladas.
Condenados ao trabalho
E à glória atrasada
Enxergo-te a lamentar
(de joelhos) cavando túmulos
Desterradas no umbigo do seu olhar.
Minha mãe
Oiço-te a gargalhar com a sua enxada de pau
Rasgando a terra por uma migalha.
Diz-me mãe
Porque carregas cicatrizes
Meu berço coração
Filhos magistrados condenados sem razão?
Seu sangue mãe
Irrigando areia no orvalho da manhã
Porque tantos mistérios?
Guerras no save
E delírios das armas em muchungwe
Estiagem e secas imundos.
Minha mãe
Seu corpo põe-me a duvidar
De ti, minha amada
Mamã África.
Dormes mais que uma pedra estática
Enquanto não despertas
O teu mundo murcha.
Levanta-te do silêncio
E esgravata no meu corpo precioso.
Ó mãe África misteriosa
Vestida do aroma de ouro
E mineral
Como vagueias no alto da solidão?
Minha mãe
Minha rainha
Minha virgem
E idolatrada vaidosa
Enxergo-te a lacrimejar
Entre as paredes insólitas da panela de barro
Curvando-se aos pés da cacana e nhangana;
Das resinas verdes sob as folhas do embondeiro.
Minha mãe
Teus olhos nus reflectem
Feridas de desespero
Marcas de solidão
Sorrisos de omissão
Governação histórica
E mortes das órbitas nos hospitais.
Mãe
Enxergo-te clamando
Sobre as montanhas do Zambeze
Rios e lagos do Nilo.
Lamento seus acutilantes sorrisos
Que hoje te condenam à solidão e desespero.
Mãe
Oiço o romper da sua corda vocal
Chorando a histeria de uma política
(velha e caiada).
Seus filhos (em troca da liberdade)
Recatando feitiços
E dívidas acumuladas.
Condenados ao trabalho
E à glória atrasada
Enxergo-te a lamentar
(de joelhos) cavando túmulos
Desterradas no umbigo do seu olhar.
Minha mãe
Oiço-te a gargalhar com a sua enxada de pau
Rasgando a terra por uma migalha.
Diz-me mãe
Porque carregas cicatrizes
Meu berço coração
Filhos magistrados condenados sem razão?
Seu sangue mãe
Irrigando areia no orvalho da manhã
Porque tantos mistérios?
Guerras no save
E delírios das armas em muchungwe
Estiagem e secas imundos.
Minha mãe
Seu corpo põe-me a duvidar
De ti, minha amada
Mamã África.